A camisinha é descartável, e você?
por Marina Marta B. de Castro*
A RESPEITO DA noticia de se instalar nas escolas máquinas onde os jovens podem retirar gratuitamente camisinhas.
Questionamos: não seria mais ideal educá-los sexualmente com responsabilidade?
Gratificante perceber que pesquisas feitas recentemente pelo Ministério da Saúde comprovam o conhecimento dos jovens sobre a importância do uso da camisinha na relação sexual, a fim de evitar as doenças sexualmente transmissíveis, ainda que na pratica apenas 44% utilizem o preservativo
O que lamentamos no intimo do nosso ser é a ausência da visão global da pessoa em si, quando se sugere a colocação de máquinas para retirada gratuita das camisinhas nas escolas. Para envolver-se sexualmente com o outro deveríamos ter no mínimo que pensar, sentir algo que o motivasse à prática de tal ato, que não fosse única e exclusivamente um momento de prazer carnal, onde ao término deste ato não fosse jogado fora com ou juntamente com o preservativo.
O que muito lamentamos é a falta de orientação de propaganda e de empenho para alertar nossos jovens adolescentes, e porque não nossos adultos quase maduros e totalmente incapazes de dar uma pequena olhada para seu intimo e perceberem o quanto necessitam de relações humanas envolvidas em reais sentimentos de recíproco respeito, carinho e muito afeto.
O que os órgãos governamentais ainda não podem informar é como se sente o ser chamado humano depois de ter sido apenas utilizado (ainda que com camisinha) e jogado fora, como um objeto descartável. E você saberia dizer?
Contra argumentando já ouvi muita gente boa dizer: "Se fui usado, usei também."
Minha dúvida é se isso foi o suficiente para que ele sofresse menos com o fracasso do jogo sujo que tenha servido para promoção de sua auto estima; ao contrário, o que constato é no fundo um grande sentimento de desvalia, mesmas emoções que envolvem o modismo do ato de ficar, que os levam a ficar cada vez mais vazios, mais amargos, mais solitários e decepcionados consigo mesmos.
Não basta lamentar, precisamos alertar, precisamos socorrê-los, precisamos fazer valer o nosso SER, introduzindo nossos reais valores, praticando o ser enquanto somos, deixando de "fazer" amor e assumindo a ciência de sentirmos esse amor, ou simplesmente aguardando com paciência o momento exato que ele surja, sem detoná-lo antes mesmo do seu nascimento, sem pressa de fazê-lo acontecer forçosamente, preparando-se para senti-lo chegar harmoniosamente, e para isso não existe receita.
A partir desta prontidão, poderemos com toda liberdade, com saúde física e mental, e com total responsabilidade, partirmos para tão prazerosa relação sexual digna com total segurança e prazer sem que se perca a essência do SER.
Se depois de ter sido amado você optar por se deixar usar, ou você nunca foi realmente amado ou simplesmente ainda não estava maduro para amar.
Marina Marta B. de Castro é Psicopedagoga e Diretora do Instituto Brasileiro de Educação Moral.
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